terça-feira, 24 de agosto de 2010

Qualidade do ar no bairro Vila Nova

No bimestre passado, um trabalho realizado nas escolas municipais Karin Barkemeyer e Valentim João da Rocha, analisaram a qualidade do ar nas proximidades destas escolas. Para isso, foi utilizado os liquens como bioindicadores de poluição atmosférica. Os liquens são dois seres em um só, uma relação de mutualismo entre fungos e algas unicelulares, sendo muito sensíveis a poluição, principalmente de combustíveis fósseis.
A idéia era calcular a densidade de liquens por cm². Para isso, utilizou-se uma amostragem em quadrats de 20x20 cm. Os alunos registraram as informações sempre no lado sul das árvores e a 1,30 m do solo.
Os resultados até o momento demonstram uma grande concentração da poluição nas proximidades da Escola Valentim João da Rocha, a análise dos alunos demonstrou uma densidade de 0,040 liquens/cm². Na Escola Karin Barkemeyer a densidade foi de 0,103 liquens/cm².
A densidade maior na Karin ainda não pode ser concluída como área livre de poluição, mas apenas é um pouco menos poluída que nas proximidades da Valentim João da Rocha. A conclusão dos alunos foi de que o fluxo de veículos na rua XV de Novembro e o terminal de ônibus são as principais fontes poluentes do bairro.
Uma das formas para diminuir a poluição nestes locais seria a arborização nos pontos com maior índice de poluição. Mas ainda é necessário aumentar as coletas de informações em outras áreas do bairro, sendo esta uma das atividades previstas para o Clube Cotidiano Ambiental na Escola Karin Barkemeyer.

Projeto Primatas do Nordeste Catarinense

O Projeto Primatas, como é mais conhecido, iniciou em 2002 como Projeto Primatas do Saí, região entre Itapoá e a Vila da Glória. Sua ampliação levou a pesquisa de primatas para Joinville, Campo Alegre, São Francisco do Sul e Itapoá.
O objetivo do Projeto Primatas é buscar informações sobre a diversidade, distribuição e a ecologia dos primatas que habitam nossa região. Os estudos com primatas foram os grandes impulsionadores da Biologia da Conservação no Brasil e no mundo. Quem nunca ouviu falar no mico-leão-dourado ou nos gorilas da montanha do Congo, onde Dian Fossey lutou e deu sua vida para a conservação destes primatas.
Atualmente, as pesquisas concentram-se na Zona Industrial Norte de Joinville, onde existem grupos da espécie Alouatta clamitans, o bugio-ruivo. A situação destes primatas é preocupante, já que estão isolados em fragmentos do que um dia foi a Mata Atlântica de terras baixas em Joinville. Nestas condições o bugio-ruivo corre risco de estar extinto localmente nas próximas gerações devido a consanguinidade.
Os próximos passos da pesquisa é continuar a busca por novos grupos e a implantação de corredores ecológicos, talvez com a recomposição da mata ciliar, ligando os fragmentos. O carisma de um dos primatas mais conhecidos do Brasil, o bugio com seu rugido, pode ajudar a salvar grande parte da biodiversidade que ainda existe nas áreas urbanas de Joinville.

Ouça aqui o ronco do bugio!