segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Como aumentar a biodiversidade em áreas urbanas?

 A maior parte da população humana vive em ambientes urbanos sendo consenso entre todos os setores da sociedade que esse ambiente modificado permanecerá existindo com a maioria de suas características.
Algumas dessas características são extremamente prejudiciais para o equilíbrio dos ecossistemas naturais que mantém o funcionamento do próprio ecossistema urbano. Afinal, todos elementos que mantem o ecossistema urbano em atividade provém dos ecossistemas naturais como a água, o oxigênio, os combustíveis, alimentos, etc. E o que devolvemos? Poluição, destruição dos habitats, extinção de espécies...
Essas características prejudiciais podem ser superadas, algumas de maneira simples outras nem tanto.
Helicônia atrai o beija-flor-grande-do mato
Uma dessas formas simples de melhorar as condições ambientais dentro dos ecossistemas urbanos é a arborização urbana. Utilizando espécies de plantas nativas conseguimos minimizar um dos problemas mais frequentes nas áreas urbanizadas: a diminuição da biodiversidade. A regra é quanto maior for a biodiversidade maior é a capacidade de recuperação dos ecossistemas naturais.
Além do benefício para os ecossistemas, a beleza de encontrar espécies, muitas vezes, raras em um ambiente urbano vale todo esforço.
Em Joinville temos condições de melhorar e muito nosso ambiente. Se todos plantassem espécies nativas no fundo de seu terreno, por exemplo, poderíamos criar um pequeno "corredor" para aves, insetos e até pequenos mamíferos...em minha casa já fiz e o vizinho do lado também. Com isso criamos uma ilha de vegetação nativa que atrai pássaros de todos os tipos e algumas espécies endêmicas da Mata Atlântica.
beija-flor-grande-do-mato (Ramphodon naevius)
Com uma ação simples podemos sim melhorar nosso ambiente e aumentar a biodiversidade no meio urbano.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Jurapê - O Desafio da Montanha

Jurapê, sempre encoberto por nuvens
 No dia 5 de junho de 1886, uma equipe de sete pessoas, lideradas por Johann Paul Schmalz (suíço), subia pela primeira vez a maior montanha de Joinville . A odisséia durou três dias, gerando um relato emocionante de Johann que era um amante da natureza.
Hoje, os que sobem as trilhas que levam ao Jurapê, também sentem um pouco da emoção que Johann sentiu. Porém, algumas marcas deixadas por pessoas mal educadas as vezes tiram um pouco dessa emoção. 
Aqueles que sobem a trilha, tem a oportunidade de encontrar exemplares da flora e fauna típicos da Mata Atlântica, isso porque a declividade das montanhas impediram a retirada de madeira de lei em muitos trechos, o que possibilita ao visitante encontrar espécies raras como a canela-imbuia (Ocotea porosa), o cedro (Cedrela fissilis), entre outras. O difícil acesso também protegeu alguns animais.
Rio Cebolana
Na minha última andança pelas trilhas tive a oportunidade de encontrar os simpáticos quatis, os sinambús espécie de lagarto parecido com iguanas e ouvir o canto de tucanos e arapongas enquanto caminhava pela trilha.
A trilha em si não é longa, tem pouco mais de 5 quilômetros, mas necessita preparo físico por ser bastante íngreme (coisa que eu não tenho muito!). Ao percorrer a trilha pode-se encontrar dois riachos para encher o cantil, o primeiro forma uma pequena cascata e o segundo é o rio Cebolana, já bem próximo ao cume. Neste é possível até tomar banho, isto se aguentar a água gelada. 
Esta aventura é indicada no inverno, pois não há risco de tempestades.
Sinambú (Enyalius iheringii)
Esta região, com um potencial enorme para o ecoturismo e turismo científico ainda precisa de uns ajustes. Acredito que deveria existir uma estrutura na base da trilha que não permitisse a entrada de visitantes sem antes receber recomendações, afim de evitar a destruição do local. Fica aí uma dica para os elaboradores do Plano de Manejo da APA Serra Dona Francisca. 
Para aqueles que pretendem andar pelas trilhas do Jurapê, pense na natureza em primeiro lugar: forme grupos com no máximo 10 pessoas, muita gente destrói a trilha e a torna cada vez mais larga; a região é uma Unidade de Conservação portanto não pode ter perturbação, tem gente que pensa que está em uma festa rave; não corte árvores ou galhos para fazer fogueiras, no topo da montanha há espécies que só existem lá em cima, como as orquídeas do gênero Sophronites e por último leve seu lixo pra casa, por favor tenha educação.
Visão sul de cima do Jurapê

Vamos desfrutar da natureza com consciência!









Para ler o relato de Johann Paul Schmalz acesse o link: http://aerhpg.vilabol.uol.com.br/ajm/johannpaulschmalz.htm 


Fonte: Salamandra - Montanhismo e Escalada
http://www.asalamandra.com.br/jurape.php