sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Novo Código Florestal - Ameaça à Conservação

Rio Piraí, Joinville/SC
Olhe bem para a paisagem na foto ao lado. A paisagem na foto está sob risco de desaparecer. Está em discussão na Câmara dos Deputados a alteração do Código Florestal. A modificação é proposta pelo então Deputado Federal Aldo Rebelo (PCdoB).
No seu parecer, de mais de 260 páginas, o relator demonstra toda sua burocracia típica do Stalinismo, de onde surgiu seu partido. Por outro lado, citações interessantes como a de John Foster em A Ecologia de Marx, onde se explica a lógica de destruição da natureza através do desenvolvimento do capitalismo. 
Porém, toda teoria se perde observando os fatos: como alguém que diz entender que a destruição da natureza se dá por uma lógica capitalista, se apóia em uma lei que aumenta essa destruição para atender essa mesma lógica? Equivoco? Duvido!
Tudo estava orquestrado mesmo antes da candidatura de Dilma para a presidência. O PMDB, partido tradicionalmente ruralista, já sabia muito bem o que queria quando apoiaram a candidatura, agora eles cobram a fatura de suas almas. Aliás, como já foi dito em um post anterior.
Se Aldo Rebelo, que se diz um comunista, quer eqüidade para o setor agropecuário e que o pequeno produtor tenha mais oportunidades, por que não lutar contra os latifúndios, terras de grileiros e grandes áreas na mão de políticos influentes? 
Os novos limites mínimos para as Áreas de Preservação Permanente (APP) passariam de 30 metros nas margens dos rios para 15 metros se este projeto de lei for aprovado. Mesmo com todos os discursos de redução de emissões de CO², é uma coisa óbvia que a diminuição de APP´s vai interferir na concentração de carbono no ar, porque terão menos árvores para absorver esse carbono. E o governo, que é mestre em fazer de conta, lança metas de redução de CO² para o mundo aplaudir. Talvez seja mais uma lei que não pegue, né Srº Presidente?
Todos os anos que trabalhei com Educação Ambiental, como professor ou não, fizemos questão de falar sobre as Matas Ciliares, inclusive com a Escola Municipal Bernardo Tank recuperamos um área de Mata Ciliar com os alunos. Imagino como se sentirão eles quando souberem que o que eles fizeram pode não valer de nada.
Alunos da Escola Bernardo Tank
em atividade de plantio na Mata Ciliar
A verdade é que os que cobram a fatura pós eleições já se organizaram e talvez a matéria proposta seja votada na semana que vem. Cabe agora a nós, impedir que se faça a vontade dos poderosos do agro-negócio. Se há algo que precisa ser mudado, que seja antes discutido de forma ampla e que todos os setores participem.

Abaixo estão alguns emails de Deputados Federais, mande seu recado e ajude a impedir a destruição do que restou de nossas florestas:

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

2ª Conferência Municipal do Meio Ambiente - Análise

Grupo Fauna e Flora
Nos dias 26 e 27 de novembro, a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Joinville (FUNDEMA) promoveu a 2ª Conferência Municipal do Meio Ambiente, que ainda possibilitou a participação paralela das crianças através da Conferência Mirim.
Os objetivos da Conferência eram de elaborar propostas para três eixos temáticos: consumo consciente, preservação e conservação da fauna e flora e a gestão e manutenção de recursos hídricos. Para as crianças a Conferência tem um papel educacional e de incentivar a participação social nas decisão que afetam o coletivo. Sendo este um dos grandes desafios, pois atualmente a participação social dos adultos é deficiente. É necessário preparar as futuras gerações para a participação nos processos de decisões. Para isso, convidei os alunos Douglas e Murilo da Escola Municipal Karin Barkemeyer, onde sou professor.
A Conferência dos "adultos" iniciou com a palestra "Biodiversidade é a nossa vida", já que o grande mote das discussões mundiais este ano deveriam ser sobre este tema.
No segundo dia de evento ocorreu as oficinas de trabalho divididas em grupos conforme o eixo temático de sua preferência. As discussões foram satisfatórias, levando em conta o pouco tempo e uma certa falta de objetividade em alguns casos, vou explicar, as questões norteadoras perguntavam: o que precisa ser feito no município e o que precisava ser feito no seu bairro, porém não tínhamos representantes de cada bairro. Uma sugestão seria promover um evento nos moldes das conferências de bacias hidrográficas, tendo uma última central reunindo representantes de todas as bacias hidrográficas de Joinville.
As propostas redigidas ao final do evento por cada grupo de trabalho foram discutidas com todos os participantes, sendo modificado ou incluído algum item quando se julgou necessário e aprovado pelo coletivo.  Agora é preciso cobrar para que essas propostas sejam efetivadas. Já participei de vários eventos, de onde saíram propostas importantes, aprovadas pelo coletivo, mas que caíram no "esquecimento" dando a impressão que o evento era apenas propaganda. Espero que desta vez seja pra valer.
Ao final os alunos da Escola Municipal Zulma do Rosário Miranda apresentaram um vídeo sobre suas experiências com a Educação Ambiental. Com a participação dos alunos, fiquei com uma certa esperança de que essa próxima geração tem muito mais ferramentas para fazer mais do que nós fizemos e tive orgulho pelos meus alunos, os outros que, não eram meus, mas mostraram que estão dispostos a fazer diferente e por ter dado minha modesta contribuição para isso.
Conferência Mirim.
De frente Douglas e Murilo
da Escola Karin Barkemeyer